
Síntese do artigo:
Dr. José Luiz Siqueira Falcão)
O texto escrito por Falcão vai dar ênfase a observação de produções cientificas brasileiras na área de Educação Física, onde se encontra em minoria, mas em números crescentes, trabalhos que visem a cultura corporal. Ate então, no Brasil, percebe-se, segundo o texto, que ainda a maioria dos universitários e profissionais de Educação Física ainda se embasam em parâmetros estatísticos, pressupostos positivistas e conseqüentemente, como principal método, o que engloba aptidão física. Sendo que cabe a nova geração de divulgar esses projetos científicos, embasado nas ciências humanas para mudar esse patamar desfavorável a uma sociedade.
Primeiramente, Falcão, em seu artigo, dar espaço à historia, descrevendo a ascensão da Educação Física com base em pressupostos filosóficos no Brasil, desde a primeira obra, de Medina (1983), “ A Educação Física cuida do corpo e mente”, até o período atual, com o crescimento dos cursos de graduação e pós-graduação nessa área, mas o artigo mostra que os discentes ainda estão alienados a um paradigma reducionista.
Falcão coloca dois tipos de métodos usados pelos discentes para um produção cientifica na área de Educação Física: o método embasado nas ciências naturais, esse considerado imutável; e o que dar ênfase ao estudo em cima das ciências sociais, onde se caracteriza por teorias provisórias e limitadas, onde, a todo momento pode ser transformada, ou seja, nunca é definitiva, pois sempre haverá uma contradição, é assim que a sociedade se desenvolve, mas isso não significa, segundo o texto, que devemos negar, desconhecer, ou ignorar as idéias de outros autores, e sim reformulá-las em uma versão mais completa e complexa.
Se tratando de produções cientificas no Brasil, como o artigo descreve, até 1987 a abordagem das produções era baseada nos princípios da quantificação e matematização dos fenômenos (estatísticas), sempre alicerçada à pressupostos positivistas, predominando o paradigma empírico-analitico. Essas tais produções cientificas ainda eram entrelaçadas à aptidão física e à perspectiva de um homem fragmentado entre corpo e mente, podendo ser trabalhada apenas embasado em suas características morfofuncionais (biologicista) e biomecânicas. Mas, sobretudo, haviam, ainda que em numero absurdamente menor, produções que priorizassem a reflexão critica, teórico filosófica e epistemológica, como as de Faria Junior (1980, 1983, 1987) e Gaya (1987).
No inicio da década de 1990, as produções cientificas de análise critica, começaram a crescer, com congressos organizados pela comunidade acadêmica que abordem essa tal reflexão critica como o COMBRACE(Congresso brasileiro de ciências do esporte) (1991), publicação de livros que não objetivassem a lógica do treinamento física e artigos acadêmicos.
O autor dar uma explicação lógica para esse fenômeno. E diz que com o fim da ditadura e conseqüentemente da censura, as obras que eram proibidas de divulgação por conterem conteúdo de caráter critico e revolucionário nas áreas da política, educação, etc., foram liberadas e assim acadêmicos começaram a se deparar com tais obras, desenvolvendo seu pensamento filosófico em cada área de estudo. Ele também destaca o numero de profissionais de Educação Física crescente na procura por planos de pós-graduação como Castellani Filho, Soares, Taffarel, que buscavam em seus estudos implicações epistemológicas e determinantes históricos, econômicos e sociais. Com isso, trabalhos que abordavam caráter critico-dialético vinham em constante crescente.
O artigo também enfatiza a importância do estudo analítico reflexivo, em uma perspectiva político - cientifica, que tematizasem a situação criteriosa das classes populares, uma vez que a Educação Física estar associada diretamente ao movimento cultural das classes populares. Portanto, fica sendo de extrema importância não apenas refletir sobre um movimento cultural sem associá-lo ao lado político, social e relações inter-pessoais das classes populares, que são os considerados menos favorecidos.
Falcão coloca que, em cima de estudos devemos buscar a construção de uma “Educação Física jogante”, onde o professor Felipe Serpa propõe a superação de vários paradigmas. Primeiramente e fragmentação corpo e mente -herança de Descartes-; o paradigma reducionista da aptidão física desligada da cultura humana (cultura corporal); libertação de parâmetros cartesianos, que não se importa apenas nos movimentos corporais, mas sim com todo o processo e inter-relações que rodeiam o homem. Para o professor o homem é fruto da cultura humana e estar em freqüente processo de aprendizado, e com isso não há possibilidade de o homem ser um ser fragmentado no que diz respeito a “corpo e mente” e sim um ser cultural que engloba aspectos concretos de uma realidade social. Para superar esses paradigmas, Serpa pensa em uma tal inovação social, ampliando o nível de conhecimento educacional, dando autonomia ao aluno em debater sobre o assunto proposto ou ate mesmo sobre a realidade, dirimindo o paradigma de que o aluno é submetido à conceitos e normas do docente, pois com criatividade, pode-se criar inúmeras possibilidades de produção de conhecimento levando em consideração os vários lócus de conhecimentos de uma sociedade.